Sábados*

Cheira a alegria nesta casa. A vontade de viver a vida mistura-se com o aroma quente a torradas e café com leite. Lá fora o sol quer espreitar; cá dentro de mim também. Ainda se ouvem os abraços, ainda se sentem os murmúrios. A cama está quente, o dia está frio. Mas a serenidade das horas chama por mim. Não vou mais lembrar-me do que quero esquecer. Não vou mais pensar nas coisas feias. O mundo bonito está à espera de ser explorado - não há tempo a perder. Agarras-me pela mão e chamas-me a amar. Dizes que queres aprender os meus caminhos, mergulhar comigo nos beijos e sonhos, soltar o riso dentro da alegria. E eu vou. Deus, como eu vou e me perco nos teus braços.

Acordo. A cama está vazia, vazia de ti. Mas ainda te sinto o cheiro na pele.
Tu não estás. Mas não faz mal. Porque eu estou contigo e tu estás comigo. Os sábados podem estar separados, mas os corações estão juntos.

*afastados fisicamente mas de bem com a vida