Estou habituada a ter-te sempre comigo. As tardes eram nossas, sempre. Às vezes, as noites também. Havia tempo para tudo o que queríamos, quase sempre. Almoços a dois, brincadeiras no sofá, risos e correrias quase infantis, a cama quando quiséssemos, o café do costume sempre com amigos à espera. As tardes eram nossas, sempre. Torradas com café com leite para o lanche, filmes a passar na televisão, as novelas brasileiras antigas, todos os assuntos e mais alguns, até os mais parvos. Silêncio e festinhas, também bastavam e completavam muitas vezes. Beijos longos e prolongados, ou curtos quase de esguelha, abraços apertados ou simplesmente aqueles onde se mergulha num estado de latência típico de quem está totalmente seguro e relaxado. Os dias pareciam completos, cheios de tudo. Estou habituada a ter-te comigo. As tardes eram nossas, sempre. Às vezes, as noites também. Não quero momentos curtos. Não quero só o fim do dia. Não quero um bocadinho só porque o relógio manda ir embora. Não me conformo com os ponteiros a fugirem. Estou habituada a ter-te comigo. Quero que as tardes sejam nossas, sempre, não só uma vez por semana. Raios partam os horários rígidos - os dias deviam ser nossos, não do tempo.
quarta-feira, 3 de março de 2010
A hora da melancolia
Estou habituada a ter-te sempre comigo. As tardes eram nossas, sempre. Às vezes, as noites também. Havia tempo para tudo o que queríamos, quase sempre. Almoços a dois, brincadeiras no sofá, risos e correrias quase infantis, a cama quando quiséssemos, o café do costume sempre com amigos à espera. As tardes eram nossas, sempre. Torradas com café com leite para o lanche, filmes a passar na televisão, as novelas brasileiras antigas, todos os assuntos e mais alguns, até os mais parvos. Silêncio e festinhas, também bastavam e completavam muitas vezes. Beijos longos e prolongados, ou curtos quase de esguelha, abraços apertados ou simplesmente aqueles onde se mergulha num estado de latência típico de quem está totalmente seguro e relaxado. Os dias pareciam completos, cheios de tudo. Estou habituada a ter-te comigo. As tardes eram nossas, sempre. Às vezes, as noites também. Não quero momentos curtos. Não quero só o fim do dia. Não quero um bocadinho só porque o relógio manda ir embora. Não me conformo com os ponteiros a fugirem. Estou habituada a ter-te comigo. Quero que as tardes sejam nossas, sempre, não só uma vez por semana. Raios partam os horários rígidos - os dias deviam ser nossos, não do tempo.
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4 comentários:
Detesto que me roubem o tempo. Apetece-me bater em toda a gente, ou fazer birras enormes e saltar em cima da cama, é conforme.
"Os dias deviam ser nossos, não do tempo": Adorei. Como te percebo...!
Adorei... e como me identifico com o que está escrito...
Beijinhos
Sinto-me tão identificada com o que escreveste. Como se tivesse sido eu a escrever. Também me tenho sentido assim :x
O tempo, ou a falta dele, é algo que me deixa muitas vezes stressada e ansiosa... e não sei como resolver isso. Bj:-)
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