terça-feira, 23 de março de 2010

Livros #3


Finalmente posso vir falar-vos do livro que andou mais tempo do que o desejado a espreguiçar-se na minha cabeceira. Estava a ver que não, mas é que entre os livros todos que os senhores doutores aconselham a ler, sobra pouco tempo para este prazer que tanta falta me faz.

O que é que eu posso dizer sobre o Frágil, da Jodi Picoult? Sou suspeita para falar; é o quarto livro que leio da autora e, até agora, não me desiludi. Com uma excelente escrita que nos embala a leitura, Picoult consegue sempre fazer-me mergulhar intensamente na história das suas personagens, passando também eu a viver os dilemas que, em todos os livros, as consomem. Este livro, em particular, fala-nos da história de Willow, uma menina de cinco anos que sofre de osteogénese imperfeita - uma doença grave, genética e degenerativa que se revela numa extrema fragilidade óssea. Perante todos os problemas e dificuldades que a família de Willow passa com a sua doença, Charlotte, mãe de Willow, depara-se com a oportunidade de processar a médica obstetra de Willow por negligência no diagnóstico pré-natal - por esta não ter diagnosticado a doença numa fase inicial da gravidez, sendo ainda possível um aborto - ganhando assim dinheiro suficiente para dar uma vida confortável a Willow e a toda a família. Quais as consequências? Charlotte não só teria que dizer em tribunal que preferiria que a filha mais nova nunca tivesse nascido, como estaria também a processar a sua melhor amiga, a obstetra que acompanhou toda a gravidez.
O livro guia-nos assim pela teia de dilemas pela qual passa Charlotte, mas também Sean, o pai de Willow, Amelia, a irmã mais velha, Piper, a obstetra e até Marin, a advogada de acusação do caso; cada uma das personagens apresenta a sua visão, falando sempre para Willow, a útima visada de toda a situação.
Gostei muito do livro e aconselho, apesar de facilmente ter definido a minha posição face ao dilema em questão (o que não aconteceu em outros livros da mesma autora); possivelmente, devido ao facto de ainda não ser mãe. Mas a realidade é que, a minha moral me diz que, na mesma situação, eu não faria frente às consequências da acção de Charlotte. Até porque defendo que a decisão de seguir com o processo em frente é tomada, em consciência, em prol da filha, mas inconscientemente em prol dela mesma. No entanto, e se fosse mãe, talvez o amor por um filho em sofrimento falasse mais alto que qualquer moral.

3 comentários:

Cátia Barbosa disse...

Já li alguns livros dela e gostei muito. Acho que tenho de acrescentar este à lista :)

Pinkk Candy disse...

eu ainda não li nenhum da Jodi Picoult. parece muito interessante =D

xoxo

P. disse...

Aconselho vivamente, principalmente para as mães. Dá uma visão forte do que é ser mãe e ter que fazer de tudo por um filho, prezando momentos e situações que, para Charlotte e muitas mães de crianças com osteogénese imperfeita (e outras doenças), são apenas miragens.